Odisséia
 Homero

Obra também atribuída a Homero. Enquanto a ''Ilíada" é a representação da vida guerreira e da época heróica, a "Odisséia"  representa a vida doméstica,  narrações de viagens e aventuras maravilhosas. Divide-se em 24 cantos e contém 12 mil versos hexâmetros.
Seu argumento pode ser assim resumido:
— Inicia-se em Ítaca no palácio de Ulisses, que se está fora, tentando retornar. Penélope, sua mulher, é assediada por diversos pretendentes, que lhe fazem a corte pois que imaginam estar Ulisses morto. Atena, disfarçada em estrangeiro,  exorta Telemaco, filho de Ulisses, para sair em busca do pai (livro 1). Telemaco reúne seu povo e pede-lhes um barco. O povo hesita, mas se deixa levar pela insistência dos candidatos à mão de Penélope. Atena surge novamente, agora na forma de Mentor. amigo de Ulisses, e assim consegue uma embarcação e parte Telêmaco. Chegam a Pilos na casa de Nestor (Livro III), posteriormente em Esparta, na casa de Menelau (Livro IV). Apesar desta busca, nenhum dos visitados lhes dá qualquer informação sobre onde pode estar Ulisses.
Nesse meio tempo, Ulisses passa por grandes aventuras. Na  ilha de Ogigia, vive o incrível episódio com a deusa Calipso, que por ele se apaixonara e que não o deixa partir. Pela intervenção dos deuses, o herói abandona a ilha, partindo numa tosca jangada (Livro V).  Poséidon (Netuno) faz com que Ulisses naufrague numa habitada pelos teácios (Livros VI-VIII). É recolhido semimorto na praia por Nausicaa, filha do rei Aleino, sendo recebido com muitas festas. Em determinada ocasião, escuta  episódios sobre a guerra de Tróia, o que o faz lembrar o passado. Começa, então, a contar suas aventuras, como seu  encontro com o cíclope Polifemo, quando ele e seus companheiros foram aprisionados pelo ciclope numa caverna fechada por colossal pedra, que somente o monstro conseguia remover. Antropófago, ia devorando dois companheiros que Ulisses por dia. Ulisses diz ao cíclope que se chamava "Ninguém", já arquitetando um plano. Em seguida, embebeda-o com vinho, fazendo o gigante prometer que ele será sua última vítima. Na última noite, aproveitando o sono de Polifemo, Ulisses fura seu olho. O gigante acorda aos berros.  Acodem os outros habitantes da ilha, mas ninguém pode entrar na furna por causa da pedra. Perguntam o motivo daqueles urros. e o gigante respondeu que "Ninguém me mata, Ninguém, na hora do meu sono me oprime com um poder feito de astúcia". os outros replicam que se fora "Ninguém", fora a mão divina, e que restaria a Polifemo apenas se conformar. Pela manhã, quando o gigante, agora cego, desloca a pedra a fim de dar passagem aos seus grandes carneiros, cada grego se ata contra a barriga de cada animal e podem dessa maneira deixar o pavoroso antro, sem que Polifemo previna a fuga (Livro IX). Em seguida, Ulisses visita outra ilha na qual habita uma feiticeira chamada Circe, que com poderosa bruxaria, tinha o dom de transformar homens em animais, mudando  os companheiros de Ulisses em porcos, porém foi vencida pela esperteza do grego, acaba por desencantá-los (Livro X). Ulisses vai ainda ao Oreo, país dos mortos e visita o Érebo (inferno) Conversa com várias sombras de falecidos conhecidos seus: sua mãe, gregos famosos como Agamenon (que lhe relata a tragédia consumada na perfídia de Clitenestra; Aquiles. Pátroclo, Ajax Tântalo, Sísifo e até Hércules (Livro Xl), Atravessa o mar entre Caribde, o o redemoinho, e o rochedo Cila. Amarra-se ao mastro do navio. mandando que seus companheiros colocassem cera nos ouvidos, e escuta os cantos irresistíveis das sereias (Livro XII). Os feácios, comovidos com a narração, proporcionam-lhe uma embarcação para regressar ao lar (Livro XIII). Ali chega disfarçado em mendigo. Após vários acontecimentos. é reconhecido pela ama, por causa de uma cicatriz, mas impõe-lhe silêncio. Os pretendentes não conseguem entesar o arco de Ulisses (Penélope disse que casaria com aquele que conseguisse vergar o arco do marido que com esta arma os dizima um por um). É então reconhecido pela fiel Penélope e por seu pai Laerte, após uma ausência de 20  anos.