Um dia, quando passeava, a raposa ouviu um ronco.
- Que será isso? – espantou-se a raposa. – Vou ver.
A onça, que estava dentro do buraco, viu-a e disse:
- Nasci neste buraco, cresci e agora não posso sair. Queres ajudar-me, tirando esta pedra?
A raposa ajudou e a onça saiu. A raposa perguntou-lhe com que a pagaria.
A onça, que estava com fome, respondeu:
- Vou comer-te.
Agarrou a raposa e perguntou:
- Com o que se paga um bem?
A raposa respondeu:
O bem paga-se com o bem. Ali perto há um homem que sabe todas as coisas; vamos lá perguntar a ele.
Atravessaram o rio, chegaram a uma ilha, e a raposa contou ao homem como havia tirado a onça do buraco e que esta, em paga, disse querer comê-la.
A onça disse:
- Quero comê-la porque  o bem se paga com o mal.
O homem respondeu:
- Está bem. Vamos ver a tua cova.
Foram até lá e o homem mandou a onça entrar dentro da cova para ver como ela estava antes. A onça entrou: o homem e a raposa rolaram a pedra e a onça não pôde mais sair.
O homem disse:
- Agora tu ficas sabendo que o bem se paga com o bem.
A onça ficou e o homem e a raposa foram embora.
“Não faças bem, sem saberes a quem.