É atribuída a um anacoreta de Víasa, que teria vivido há milhares de anos. O assunto se refere às lutas pela posse do reino de Hastinã-Pura. É basicamente um relato da guerra dos Bárata. A obra divide-se em 18 livros, com 2109 cantos e 90000 versos duplos (os chloka). Paralelamente ao relato de guerra, há uma ampla coleção de lendas épicas. O tema central aborda a luta entre os Kanrava e os Padava, os dois ramos bárata, cujo tronco é representado pelo filho de um rei e da meiga e bela Xacúntula, mulher que, posteriormente, foi imortalizada pelo poeta hindu Calidasa, e que mereceu de Goethe os seguintes versos:
Queres abranger com um nome o céu e a terra,
Menciono-te Xacúntula e está dito tudo.
O herói do Maabárata é Karna, uma figura semelhante a Aquiles ou a Siegried. Dos mais belos episódios, destaca-se o amor de Savitri, que é o canto da fidelidade do esposo; o tema "Nala e Damaianti" uma das mais delicadas lendas indianas. Conta-se que o Nala, o filho de um rei, ouvira falar da deslumbrante beleza de Damaianti, filha também de outro rei. Estando certa vez num bosque, surpreendeu alguns cisnes de asas douradas que desceram do céu. Um deles lhe disse: "Não me mates, ó rei; eu sou digno de vida; se me deixares viver, recompensar-te-ei. Irei ao país dos Vidarbas, procurarei Damaianti; ela saberá que é amada por Nala, o maior dos reis". E a história prossegue num misto de estremecimentos alternados entre a esperança e a desilusão, até que, por fim, a chega a felicidade plena. O Maabárata é aproximadamente dos séculos 15 ou 16 a.C., e considerado o grande repositório de lendas do povo hindu.