Romance: As aventuras de Rodrigo ou Rui Dias de Bivar ou Vivar,
que se iniciam com as queixas do pai deste, Diego Lainez, porque, ofendido
pelo conde Lozano, não podia ir a forra, devido a sua idade avençada.
Rodrigo, num duelo por ele provocado, mata o conde ofensor, apesar de amar
a filha desse fidalgo, a bela Ximenes. Esta, conquanto também o
ame, pede ao rei justiça e punição para o assassino
do pai. Ninguém, no entanto, ousa bater-se com ele. Os mouros invadem
o país. Rodrigo vai ao encontro deles, e os vence, aprisionando-lhes
os principais chefes. Recebe, então, a denominação
de "Cid, o Campeador", que significa "Senhor e Combatente". Finalmente,
casa com Ximenes (Ximena).
Epopéia: Elaborada na altura da segunda metade do século
XII, contendo cerca de 3.000 versos. Refere-se às proezas de Rodrigo
Dias de Bivar, não se reportando, contudo, a mocidade do herói,
e nem aos seus amores com a bela Ximena, o argumento do poema prende-se
a fatos mais avançados, focalizando o protagonista em idade madura.
Já está ele casado e com duas filhas. Devido à intriga
e à inveja, perdera o favor real e fora banido. Por ordem do rei
D. Afonso, a ninguém era permitido acolher ou dar hospedagem ao
desterrado. ‘A frente de cem castelhanos, Cid realiza feitos notáveis
contra os mouros. Depois de enviar vários presentes ao rei, consegue
afinal o perdão. Após vários acontecimentos, é
recebido na corte. Realiza-se o enlace das suas filhas Dona Elvira e Dona
Sol com os infantes de Carrion, Diogo e Fernão Gonzales. Foram matrimônios
infelizes por causa da vileza desses infantes que, após maltratá-las,
deixaram-nas semimortas no carvalhal de Cerpea. Cid as vinga, pois ninguém
poderia impunemente ofender o seu nome. Os casamentos são invalidados,
podendo suas filhas contrair segundas núpcias, o que fazem, ligando-se
a dois nobres de Navarra e Aragão.
O romance e a epopéia do Cid inspiraram fortemente a imaginativa
popular e a pena de grandes escritores.
Fonte: TAVARES, H. Teoria literária.
[s.d.e.]