Chamou o gato e deu a ele a carta de alforria do cachorro. O gato saiu numa disparada. No caminho, encontrou o rato, que estava distraído bebendo mel de abelha.
- Amigo gato! Onde vai nessa pressa toda?
- Deixe de esbregue! Descanse, beba esse melzinho gostoso.
O gato foi lamber o mel e tanto lambeu e gostou que acabou enfarando e dormindo. O rato, muito curioso, foi escavocar a bolsa do gato e encontrou um papéis. Meteu o dente, roendo, roendo, roendo, deixando só um bagaço de papel. Vendo que fizera uma desgraça, fez um bolo do papel, e se mandou para o mato.
O gato, acordando, largou numa carreira até encontrar o cachorro, a quem entregou o papel. O cachorro foi ler e viu que tudo estava esbagaçado e roído. Não podia provar ao homem que era bicho livre e ficou zangado de ferro e fogo com o gato, indo atrás dele para matá-lo. O gato, por sua vez, sabendo que aquilo era trabalho do rato, não procurou outra coisa senão passar-lhe o dente para se vingar.